Comunicação Empresarial
12-12-2015

Não há tempo para amadorismos

LUÍS PAULO RODRIGUES

Com o crescimento da Internet, as pessoas começaram a ser alvo de uma sobrecarga informativa. Ora, quanto maior é a quantidade da informação disponível, menor é a atenção das pessoas a essa informação. Isso acontece porque o ser humano é limitado e não pode ser programado como uma máquina.

Um ser humano não pode prestar atenção a tudo em simultâneo, não pode ler dois textos ao mesmo tempo, não pode ver um vídeo e ler um jornal ao mesmo tempo, e por aí adiante.

Por isso, para chamar a atenção do mercado, ou seja, para suscitar a curiosidade e o interesse dessas pessoas que são atingidas por milhares de mensagens ao longo do dia, as marcas precisam de produzir conteúdos de qualidade, conteúdos interessantes, relevantes, que melhorem a experiência das pessoas enquanto clientes.

Conteúdos que surpreendam, que sejam úteis, que tenham valor formativo e informativo, como o valor que procuramos num jornal ou numa revista, criando vínculos com os consumidores. Foi neste contexto que emergiu o marketing de conteúdo nas redes sociais, que funcionam como um entreposto comercial movido a informação e entretenimento.

A concorrência sempre foi e continua a ser entre empresas e, mais especificamente, entre marcas, produtos e serviços, mas, agora, a concorrência também acontece entre os conteúdos que empresas e marcas produzem e distribuem pelas diversas plataformas físicas e digitais, que sejam pontos de contacto com clientes ou possíveis clientes.

Os clientes são a razão de ser das empresas e das marcas, e, também, a razão de ser dos produtos, serviços e conteúdos que elas produzem.

Com esta mudança de paradigma da comunicação empresarial, a grande vantagem é que as empresas passaram a comunicar diretamente com os seus públicos, podendo controlar com eficácia a relação com os clientes, nomeadamente quando a comunicação precisa de ajustamentos rápidos, em função de uma mudança estratégica ou de alguma situação de crise que possa ocorrer na sua relação com o mercado. Mas para isso é preciso que a comunicação da empresa seja feita por profissionais competentes.

As empresas e marcas deixaram de ter necessidade de gastar grandes somas em dinheiro na compra de espaços publicitários, nomeadamente na imprensa, na rádio e na televisão, mas isso não significa que não tenham necessidade de investir verbas consideráveis em comunicação, onde se inclui o investimento em publicidade digital, que é relativamente barata.

Como costumo dizer aos meus clientes, para inspirar confiança no mercado as empresas precisam de oferecer bons conteúdos nas diversas plataformas de contacto com os consumidores. Isso significa publicar textos de qualidade, fotografias de qualidade, vídeos de qualidade, informação de qualidade.

As marcas também necessitam de imaginação e criatividade para construir ideias originais que seduzam os clientes. É assim que vão ao encontro dos clientes com mais eficácia, gerando condições para vender mais e ter mais lucros. Mas isso não se resolve entregando a gestão da página do Facebook à filha que “está na universidade” ou a construção do site da empresa ao filho do amigo “que percebe de computadores”.

Mais do que nunca as empresas precisam investir em bons profissionais de comunicação. Porque num mercado de grande concorrência, não há espaço nem tempo para amadorismos.
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