O sistema mediático é fonte de conhecimento, poder e influência
LUÍS PAULO RODRIGUESO espaço público mediático vive constantemente influenciado
pelo sistema mediático, que é a grande fonte de conhecimento da actualidade –
tanto para nós, cidadãos, como para governos, tribunais, instituições públicas e
privadas, empresas, enfim, para todas as organizações da sociedade.
A informação que circula no sistema mediático é também uma fonte de poder e de influência. Ter informação é ter poder e representa poder. E na sociedade de informação em que vivemos esse poder é ainda mais forte.
Ter informação significa, também, ter influência sobre os centros de decisão, nomeadamente de natureza política, seja num município, num governo regional, num governo nacional ou numa instância internacional.
Ter informação e controlar a informação é talvez o maior exercício de poder e influência na sociedade contemporânea. Ter informação é ter o poder de influenciar políticas e decisões políticas, assim como o poder de criar e moldar a opinião pública. Ter informação é ter o poder económico; o poder social; o poder cultural; o poder humano sobre a nossa rede de amigos e conhecidos – o poder de decidir melhor, o poder de manejar recursos, o poder de gerar bem-estar. É por isso que o controlo dos meios de comunicação social é uma tentação à qual não resistem governos, partidos políticos e grupos económicos.
Foi o controlo da informação que esteve na génese do jornalismo e da organização das empresas jornalísticas, nos Estados Unidos, em finais do século XIX. Os jornais começaram como organizações de interesse público, destinadas a divulgar informação do interesse da comunidade, isto é, do interesse de todos.
Com o tempo, a organização das empresas jornalísticas foi mudando e foi sendo invadida por interesses particulares e económicos. Hoje, é normalíssimo que um jornal considerado de referência seja controlado pelo grupo económico “a” ou pelo grupo económico “b”, através de uma participação na sociedade gestora.
As empresas jornalísticas transformaram-se em centros sofisticados de poder e influência junto de governos e de organizações da sociedade, e funcionam à escala planetária, muitas vezes com interesses comuns em diversos países e continentes.