Marketing
05-06-2016
O poder dos sentidos no processo de decisão de compra
LUÍS PAULO RODRIGUESA influência dos sentidos na forma como vemos a nossa vida e o mundo ou como percecionamos as pessoas, as coisas, os acontecimentos e, obviamente, os produtos e os serviços disponíveis no mercado é muito mais forte do que aquilo que as pessoas julgam. E analisar a questão do consumo sob este prisma é muito interessante, na medida em que ajuda a entender os mecanismos que nos levam às compras ou que nos levam a escolher o produto de uma marca em vez de outra.
Um exemplo: quando falamos de consumo, o nosso instinto humano leva-nos a pensar que aquilo que tem um processo de fabrico lento tem melhor qualidade. Ao mesmo tempo, associamos aquilo que é rápido a produtos de má qualidade. Martin Lindstrom, um dos investigadores pioneiros do neuromarketing, escreve sobre isto no livro “Brand Sense”.
A nossa mente tem razões que a razão desconhece. E a verdade é que, quase sempre, é ela quem decide o que compramos e como compramos.
O que acontece com a alimentação é exemplar. Eu sou das pessoas que gostam de comer alimentos de qualidade e procuram evitar o consumo de comida rápida (“fast food”).
O que tenho reparado é que, quando vamos a um restaurante, se tivermos tempo disponível, somos capazes de esperar uma hora, porque percecionamos mais qualidade numa comida que é “feita na hora” ou que tem de estar determinado tempo no forno a lenha para ganhar mais sabor – o sabor de antigamente, do tempo das nossas avós, em que tudo, ou quase tudo, era de origem natural.
Esta visão coloca os sentidos na primeira linha como elementos fundamentais num processo de decisão de compra, independentemente do produto ou serviço que estejamos a comprar.